Caixa Seguridade arrecada R$ 9,6 bi com parcerias
Esse dinheiro novo será o “passaporte” para a listagem na Bolsa
O Estado de S. Paulo - 22 de Janeiro de 2020O Estadão informa que a Caixa Econômica Federal já conseguiu arrecadar R$ 9,5 bilhões ao fechar acordos com empresas brasileiras e multinacionais em diferentes segmentos de seu negócio de seguros. Esse dinheiro novo será o “passaporte” para o banco público listar a Caixa Seguridade na bolsa brasileira a partir de abril. A expectativa da gestão é alcançar um valor de mercado entre R$ 50 bilhões a R$ 60 bilhões em uma abertura de capital, que teria potencial de movimentar R$ 15 bilhões.
A arrecadação de R$ 9,5 bilhões
é referente às sociedades já anunciadas com a francesa CNP Assurances, a
japonesa Tokio Marine e a brasileira Icatu. A instituição estaria próxima de
anunciar, conforme fontes ouvidas pelo Estadão/ Broadcast, os futuros sócios
nas áreas de saúde e odontologia e também em grandes riscos.
Na segunda-feira, a Caixa
Seguridade anunciou nova parceria, com a Icatu, na área de capitalização. Pela
exclusividade durante 20 anos, a companhia receberá R$ 180 milhões da
seguradora controlada pela família Almeida Braga.
O resultado do negócio de capitalização
era uma das que deixava a gestão do banco público mais insatisfeito, dizem
fontes. O segmento era explorado por três empresas: Icatu, SulAmérica e CNP.
Com a concentração em um único parceiro, a expectativa é que a capitalização
ganhe prioridade e apresente resultados melhores.
Os títulos de capitalização
devem ajudar a guinar as receitas da rede de lotéricas da Caixa – uma vez que o
produto é de baixo valor, sendo apropriado para o canal de vendas.
Anteriormente, a Caixa havia
acertado com a Tokio Marine a exploração dos segmentos de seguro residencial e
habitacional, por R$ 1,52 bilhão no negócio. Essa sociedade gerou disputa mais
aquecida, uma vez que era considerada a joia da coroa por conta da liderança da
Caixa no financiamento imobiliário, mercado no qual o banco tem 70% de
participação.
Com a CNP, a relação da Caixa
ainda se restringe às parcerias acertadas no ano passado nos ramos de seguro de
vida, prestamista (de crédito) e previdência privada. Essas parcerias renderam
uma remuneração de R$ 7,8 bilhões à Caixa. Segundo fontes, a CNP teria
interesse no segmento de consórcios. Procurada, a empresa não comentou.
O próximo anúncio engatilhado,
de acordo com uma fonte próxima ao banco, é o de saúde. Também avançam as
conversas com uma empresa norte-americana no segmento de seguros de grandes
riscos. As negociações envolvem, segundo duas fontes, também um ressegurador,
empresa que faz o seguro das seguradoras. Isso porque os contratos neste
segmento são de altos valores – e, por isso, os riscos também são elevados.
Menos avançada, a seleção de um
parceiro para atuar na área de assistência 24 horas pode ser uma das últimas
anunciadas. A expectativa, conforme uma fonte, é de que o futuro parceiro seja
brasileiro.
“A estratégia é aumentar a ênfase
na comercialização de produtos de seguridade no canal bancário, buscando
aperfeiçoar os serviços prestados bem como a maximização na geração de valor
para as acionistas da Caixa Seguridade”, disse a Caixa Seguridade, em fato
relevante divulgado na segunda-feira.
Troca de cargos. Nesta semana,
a Caixa fez mais um movimento na direção de listar a empresa de seguros na
Bolsa. Na segunda-feira, em reunião do conselho de administração do banco
público teria aprovado a troca no comando da holding, segundo fontes.
Conforme antecipou o
Estadão/Broadcast no último domingo, o atual presidente da companhia, Marco
Barros, subirá para o comando do colegiado. A expectativa é que a mudança seja
anunciada nos próximos dias.
Com isso, Eduardo Dacache,
atualmente vice-presidente de atacado, será escolhido para presidir a Caixa
Seguridade. Braço direito do presidente da Caixa, Pedro Guimarães, foi
selecionado após o trabalho feito na área. Ele liderou a venda de ativos do
banco e é tido como um dos mais qualificados para tocar a oferta pública
inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) de seguros, daqui a três meses.
Procurada, a Caixa não comentou
as mudanças.