Caixa Seguridade está perto de concluir escolha de futuros sócios
A primeira joint venture a ser anunciada será a de seguro habitacional e residencial
O Estado de S. Paulo - 06 de Janeiro de 2020O Estadão completa que, em um passo considerado fundamental para abrir o capital de sua divisão de seguros, a Caixa Econômica Federal está perto de concluir a escolha dos futuros sócios em seguros.
A estratégia é anunciar as
parcerias em etapas. A Caixa procura novos sócios nas áreas de serviços de
assistência 24 horas, seguros de automóvel, capitalização, consórcio, saúde,
odontologia, seguro de grandes riscos e, por fim, habitacional e residencial.
Três dessas já estariam praticamente concluídas, conforme apurou o Estadão
Broadcast, faltando apenas detalhes como, por exemplo, aprovações dos
respectivos lados.
A primeira joint venture a ser anunciada
será a de seguro habitacional e residencial. Quem levou o negócio, segundo
fontes próximas à operação, foi a seguradora japonesa Tokio Marine. O valor
teria ficado bem acima do patamar de R$ 1,5 bilhão, considerando uma fatia de
25% na joint venture e os outros 75% nas mãos da Caixa Seguridade.
A Tokio arrematou o ativo em
uma disputa com nomes como a atual sócia da Caixa em seguros, a francesa CNP
Assurances, e ainda o ressegurador IRB Brasil Re, que tentava levar o negócio
ao lado de um player internacional.
A briga foi acirrada, relatam
fontes. A CNP teria ficado bem próxima de manter o ramo habitacional, mas,
segundo uma pessoa próxima às negociações, discordou do modelo de governança
corporativa sugerido pela Caixa nas novas sociedades.
O negócio de habitacional e
residencial é considerado a joia da coroa por conta da liderança do banco
público no crédito imobiliário, com quase 70% deste mercado. O anúncio da
parceria entre Caixa e Tokio está previsto para hoje.
A seguradora japonesa procurava
há tempos um ativo para comprar no País. Nos últimos anos, avaliou diversos
negócios, mas não se arriscou em nenhum deles apesar de ter “cheque” da matriz
para isso. A última aquisição selada foi em 2005, quando arrematou as operações
da Real Seguros, do holandês ABN Amro.
A CNP deterá exclusividade de
todo o balcão de seguros da Caixa até fevereiro de 2021, quando chegam os novos
sócios. As parcerias terão prazo de 20 anos, podendo ser renovadas.
As próximas joint ventures na
fila de anúncio, segundo fontes, seriam a de capitalização e a sociedade que
vai concentrar os ramos de saúde e odontologia. Cada negócio teria ficado com
um sócio diferente.
A expectativa do banco público
é ter um salto de receita em seguros com o início dessas operações. Isso porque
uma das mudanças exigidas pela Caixa nas novas negociações foi o aumento da
fatia do banco público nas futuras joint ventures. Antes de 60%, foi ampliada
para 75%, exceto nos negócios para os quais o banco procura apenas um parceiro
comercial e não um sócio.
Procuradas, Caixa, sua
seguradora e a Tokio Marine não comentaram.