Governo quer aumentar lavouras com seguro rural
Há interesse de ampliar a contratação de seguro para aquicultura, pecuária e atividades florestais.
Agência Brasil - 29 de Novembro de 2019A Agência Brasil informa que o governo federal quer ampliar a contratação de seguro rural pelos produtores e modernizar a gestão de risco climático. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) anunciou nesta quinta-feira (28) o Programa Agro Gestão Integrada de Riscos (Proagir).
De acordo com o ministério, a
contração de seguro está concentrada regionalmente e também por tipo de
lavoura. “A maioria das apólices é contratada por produtores de soja, milho,
trigo, uva e maçã, nas regiões Sudeste e Sul”, diz nota divulgada pelo Mapa.
Conforme o diretor do Departamento de Gestão de Riscos da Secretaria de
Política Agrícola do Mapa, Pedro Loyola, há interesse de ampliar a contratação
de seguro para aquicultura, pecuária e atividades florestais.
O seguro pode ser acionado para
o produtor rural conseguir pagar empréstimos tomados para plantio em caso de
perda de safra por causa de estiagem ou excesso de chuvas. A proteção também
pode valer para casos de forte baixa dos preços.
Em 2020, o governo destinará R$
1 bilhão para subsidiar a contratação de seguros para área total de 18 milhões
de hectares. Neste ano, o Mapa liberou R$ 440 milhões do Programa de Subvenção
do Seguro Rural (PSR), 100% do valor estipulado.
Conforme noticiado pela Agência
Brasil, O Ministério da Economia estuda mudança na securitização dos
investimentos e financiamentos tomados por grandes produtores rurais no
Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro). O propósito é que o
Banco Central deixe de ser administrador do programa, e o Tesouro Nacional não
mais seja a seguradora da safra.
No caso de 900 mil pequenos
agricultores da Região Nordeste, do norte de Minas Gerais e do Espírito Santo,
o Mapa também pretende reestruturar o protocolo de comprovação de intempéries.
Atualmente, é necessária manifestação da prefeitura municipal indicando perda
superior a 50%, relatório técnico e informações apuradas junto ao Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Centro Nacional de Monitoramento
e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) ou Instituto Nacional de Meteorologia
(Inmet).
A intenção é de que a Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) elabore um novo índice para
agilizar a identificação de secas ou enxurradas. Na nova metodologia, em vez de
cinco prestações (de R$ 170), o seguro será pago em uma única vez aos agricultores
familiares (valor atual é de R$ 850), evitando a necessidade de maior
deslocamento para receber o dinheiro.
O ministério também promete
aperfeiçoar a metodologia do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc),
criando plataforma digital com interface no celular para divulgar os resultados
e evoluções do aplicativo Plantio Certo.
A Embrapa já fornece
informações aos produtores rurais e aos bancos que fazem financiamento agrícola
quanto ao 'que, quando e onde plantar no Brasil”, diz presidente da estatal,
Celso Luiz Moretti. Para Moretti, a criação do novo índice vai aperfeiçoar a
previsibilidade de riscos, o que vai repercutir na tomada de empréstimos.
“Essa é a lógica de fornecer
informações abalizadas que permitem a redução do risco ao tomador de crédito.
Quando você tem um menor risco, quem está tomando crédito está tomando dinheiro
mais barato, e para quem está emprestando fica mais seguro fornecer esse
crédito”, explica Moretti.
O aumento da cobertura do
seguro rural vai exigir crescimento do número de profissionais que fiscalizem
as lavouras que possam ter sofrido perdas. “Precisamos estruturar a rede de
peritos que atende as indenizações de seguro”, assinala Pedro Loyola, que
também prevê a capacitação de corretores que vendem seguros.