Maior risco do GP Brasil é o de cancelamento da prova
O Valor Econômico relata que Dulce Thompson, corretora de seguros de entretenimento da empresa que leva o seu nome, é uma das brokers que estão envolvidas no milionário processo de seguros da Fórmula 1. Há mais de 20 anos trabalhando com exclusividade para a F1, a corretora diz que, apesar de não ser obrigatório, o maior risco que a competição carrega para seguradoras e resseguradoras é o de cancelamento do evento por condições aleatórias, como a climática.
“Este é o maior fantasma do
produtor e do segurador de um grande evento porque perde o budget inteiro e tem
que arcar com todas as despesas. Mas não é todo ano que os promotores contratam
o seguro de cancelamento, que pode representar até 2% do custo total da
produção do evento”, avalia Dulce Thompson.
No Brasil, resseguro de grandes
riscos, que inclui grandes eventos, representa 40% do total de prêmios do setor,
que nos últimos 12 meses até junho de 2019 foi de R$ 12,6 bilhões. “São seguros
patrimoniais, industriais, barragens, infraestrutura. A parte de eventos, que
inclui responsabilidade civil, faz parte de grandes risco também”, explica
Rodrigo Botti, diretor do Sindicato das Empresas de Seguros e Resseguros do
Estado de São Paulo (Sindseg -SP) e presidente da Terras Brasis, empresa de
resseguros.
O setor estima que os contratos
de seguros e resseguros em função do evento F1 gerem algo como R$ 500 mil em prêmios.
“Pois são seguros mais focados em proteger o organizador local do evento”,
explica Botti. Mas os valores se avolumam com outras coberturas. “Se formos
para a cobertura de vidas e acidentes de equipes, pilotos e carros, os
contratos ficam gigantes, o que elevam substancialmente os ganhos do setor”,
avalia Rodrigo Avila, que assume em janeiro a presidência da Associação
Brasileira de Grandes Riscos (ABGR).