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Receita da Porto sobe mesmo com queda em auto

“A empresa está dando foco mais forte em outros produtos e acelerando bastante o investimento nessas linhas”, diz Marcelo Picanço

Valor Econômico - 05 de Novembro de 2019

O Valor Econômico registra que a Porto Seguro retomou a expansão de suas receitas no terceiro trimestre, apesar da queda de 1,1% nos prêmios emitidos pelo segmento auto - o grupo tem uma concentração grande de receitas na operação de coberturas de veículos, com 63,4% dos prêmios.

Com expansão em cinco de seis dos principais ramos, os prêmios totais cresceram 2,56% entre julho e setembro ante o mesmo período de 2018 e 6% na comparação com o segundo trimestre. O crescimento reflete a estratégia de maior diversificação de receitas pela seguradora, disse o diretor geral de negócios e investimento da Porto Seguro, Marcelo Picanço, em entrevista ao Valor.

Na comparação anual, os prêmios de seguros de saúde subiram 12%; os patrimoniais, que incluem empresarial e residencial, cresceram 9%; os de vida tiveram expansão de 28% e os de riscos financeiros aumentaram 20%. “A Porto Seguro tem investido em aumentar a participação dessas outras linhas”, explica Picanço.

Segundo o executivo, enquanto o ramo auto é considerado “maduro”, apesar de ainda ter uma penetração baixa de 30%, as demais linhas têm índices muito menores e, portanto, alto potencial de crescimento.

“A empresa está dando foco mais forte nesses outros produtos e acelerando bastante o investimento nessas linhas”, reforça o diretor. O lucro líquido da Porto alcançou R$ 335,2 milhões no terceiro trimestre, com alta de 5,3% na comparação com o mesmo período do ano passado. A receita total cresceu 2,7%, a R$ 4,6 bilhões. Os prêmios emitidos aumentaram 2,6%, a R$ 4 bilhões.

Os prêmios do segmento de seguros de veículos caíram 1,1% no terceiro trimestre frente ao mesmo período de 2018, a R$ 2,497 bilhões. A frota de veículos segurados aumentou 0,2% na comparação anual, a 5,364 milhões de unidades. Segundo Picanço, “o principal fator desse crescimento de lado de prêmios [de seguro auto] se deve ainda ao ajuste do risco de veículo”. O executivo explica que a queda das frequências de furto e roubo de automóveis, especialmente em São Paulo, tem levado a um ajuste de preços das apólices para baixo.

“Mas o ritmo da queda [de prêmios] já está menor do que nos trimestres anteriores”, considera Picanço. “A frota está maior do que há 12 meses, ou seja, houve queda no preço médio com a melhora do risco, o que é uma notícia boa, pois mostra que o país está se tornando mais seguro.”