Sócio de Penteado Mendonça e Char Advocacia e Presidente da Academia Paulista de Letras
UM SETOR SÓLIDO
Marcio Coriolano, ex-presidente da CNseg (Confederação Nacional das Seguradoras) acaba de publicar um minucioso trabalho sobre o setor de seguros. 01 de Julho de 2022Marcio Coriolano, ex-presidente da CNseg (Confederação Nacional das
Seguradoras) acaba de publicar um minucioso trabalho sobre o setor de seguros. Nele ele desce a detalhes interessantes que
dão conta de uma atividade econômica sólida e que, mesmo com a crise, pandemia
e outras mazelas que atingem o país, tem se saído bem, na comparação com outros
setores empresariais.
O dado mais relevante é que, durante o período analisado, o faturamento
do setor de seguros, expurgados os efeitos da inflação, cresceu três vezes,
saltando de mais ou menos oitenta bilhões de reais para mais de duzentos e
quarenta bilhões. É número para ninguém colocar defeito, especialmente se
levarmos em conta a situação do Brasil e de sua economia ao longo desses anos.
Os números apresentados por Marcio Coriolano convergem para um retrato
positivo da atividade seguradora, com um crescimento acima da média nacional,
ainda que se tratando de uma atividade de suporte, ou seja, uma atividade que
necessita de outras atividades para poder crescer.
A conclusão lógica para o crescimento do setor é que, apesar da crise, a
sociedade brasileira necessita de proteção para seus ativos e a melhor maneira
de se conseguir isso é através da contratação de seguros.
É verdade, nem todos os ramos de seguros estão tendo um desempenho expressivo.
Alguns inclusive apresentam resultados medíocres, com impacto negativo em parte
das seguradoras que operam neles.
2021 não foi um ano exuberante para a economia nacional, mas foi um ano
em que a atividade seguradora, apesar de todos os percalços, conseguiu se sair
bem, apresentando crescimento em relação ao faturado em 2020.
Neste ano o desenho se mantém. Entre mortos e feridos, o setor de seguros
segue sua toada positiva, com números acima da média nacional.
Entre as razões para isso está a percepção de parte da população da
importância de se ter proteção para o patrimônio, especialmente em momentos de
agravação de risco, como é o caso do Brasil e do mundo, impactados por fatores
como a pandemia, a guerra da Ucrânia, a inflação em alta e a quase certeza de
uma recessão nas principais economias.
Ao ficarem confinados por causa da Covid19, milhares de brasileiros
passaram a prestar atenção em suas casas e descobriram que a imensa maioria não
tinha qualquer tipo de proteção para o caso de um incêndio ou outro acidente
doméstico. O resultado é que houve o aumento da procura por seguros
residenciais. E com o reaquecimento da economia, a mesma regra aumentou a busca
por seguros para empresas, especialmente as médias e pequenas.
Neste cenário, é possível dizer que não há nenhuma seguradora mais
expressiva com risco de inadimplência. Se acontecer, será um acidente isolado,
com pouco impacto na atividade como um todo.
Há muito a ser feito e, para que o crescimento atinja patamares mais
altos, é indispensável a retomada da economia, o que não deve acontecer
imediatamente. Mas, no cenário atual, o setor de seguros está entre os mais
pujantes e os mais sólidos do Brasil.