Sócio de Penteado Mendonça e Char Advocacia e Presidente da Academia Paulista de Letras
HORIZONTE POSITIVO
De acordo com um estudo recentemente publicado, o Brasil está ranqueado em oitavo lugar entre os países com potencial de crescimento de seguro. 08 de Novembro de 2019De acordo com um estudo recentemente publicado, o Brasil está ranqueado
em oitavo lugar entre os países com potencial de crescimento de seguro. Não é o
melhor cenário do mundo, mas é bom, e está perfeitamente dentro da realidade
nacional. Com a retomada do crescimento, o setor tem condições de dobrar de
tamanho em cinco anos. É coisa de gente grande, ainda mais se pensarmos que o
país começou a descobrir o seguro depois do Plano Real, ou seja, menos de
trinta anos atrás.
O salto extraordinário acontecido entre 1994 e os dias de hoje mostrou
claramente duas coisas: primeiro, o país tem sede por proteção e, segundo, as
seguradoras nacionais estão aptas a atender as demandas da população.
Sair de menos de 1% do PIB para os atuais 6% foi extremamente rápido. Com
a estabilidade da moeda a sociedade acreditou no produto e as apólices de
seguros começaram a ser vendidas para todas as classes sociais, quebrando, nesse
meio tempo, a ideia de que o brasileiro mais pobre não teria condições de ter
seguro. Hoje, os seguros para celulares, prestamistas e seguros de vida deixam
claro que a afirmação não tinha base real, ou melhor, poderia ter, mas a
realidade se encarregou de virar o jogo.
Mesmo durante a severa crise que se abateu sobre o país, em decorrência
de erros e ações escabrosas praticadas durante os governos do PT, o setor de
seguros deu mostras de força e manteve um desempenho positivo. Este ano se fala
em crescimento de dois dígitos, o que, mais uma vez, tem lógica e confirma a
importância da atividade dentro do universo nacional.
Seguro não cresce só porque seguro é bonito, seguro cresce porque a
sociedade demanda seus produtos. Ou seja, a sociedade acredita no setor, nas
suas empresas, nos corretores de seguros, na seriedade de sua atuação.
Não fosse assim, os planos de saúde privados não seriam o terceiro sonho
de consumo dos brasileiros, a previdência complementar aberta não teria as
reservas que tem, os seguros de vida não seriam importante diferencial para a
contratação de colaboradores.
É esta realidade, baseada em mais de um trilhão de reais em reservas, que
permite afirmar que, com a retomada do crescimento, o país, em poucos anos,
verá a atividade seguradora dobrar de tamanho. Aliás, é ela que dá base para o
estudo acima nos colocar em oitavo lugar entre as nações com maior potencial de
crescimento para o setor de seguros.
Eu já falei várias vezes sobre o assunto, mas não custa voltar a ele. Se
o Brasil apenas otimizar a comercialização dos seguros já existentes, dobrar de
tamanho não será difícil. Menos de 30% da frota de veículos tem seguro. Menos
de 30% das residências têm seguros. A grande maioria das empresas ou não tem
seguro ou está mal segurada. A imensa maioria das operações de transporte
rodoviário não são seguradas. O seguro de vida pode ser estendido para um
universo maior de pessoas. Os planos de saúde privados podem retornar aos
patamares anteriores à crise. A previdência complementar aberta, com a Reforma
da Previdência Social, passa a ser uma alternativa concreta para a
aposentadoria das pessoas.
Além destes, ainda há muito mais a ser segurado, a começar pelas obras de
infraestrutura fundamentais para viabilizar o crescimento econômico. Seguros de
obras, de garantia contratual, de responsabilidade civil, de danos ambientais,
para danos cibernéticos, praticamente não existem no país. Sua contratação será
uma exigência da vida socioeconômica. Sem eles a sociedade não terá condições
de proteção adequadas ao seu desenvolvimento.
A retomada econômica já começou. Ainda que com falas e desencontros de
todas as naturezas impactando a mídia, a verdade é que o país dá sinais fortes
de recuperação.
O setor de seguros como um todo, está pronto para o desafio. A questão
complica quando a análise desce aos seus agentes. Será que todos estão prontos
para o que vem pela frente?