Sócio de Penteado Mendonça e Char Advocacia e Presidente da Academia Paulista de Letras
O FUTURO COMEÇA NA SEMANA QUE VEM
Nos dias 10, 11 e 12 próximos acontece, na Costa do Sauipe, na Bahia, o Vigésimo Primeiro Congresso Brasileiro de Corretores de Seguros. Depois dele, o futuro tem tudo para seguir em frente com outra cara. 04 de Outubro de 2019Nos dias 10, 11 e 12 próximos acontece, na Costa do Sauipe, na Bahia, o
Vigésimo Primeiro Congresso Brasileiro de Corretores de Seguros. Depois dele, o
futuro tem tudo para seguir em frente com outra cara.
Ao longo dos últimos vinte anos, o setor de seguros saltou de menos de 1%
do PIB para quase 6%. Foi das atividades que mais cresceu no país e mesmo nos anos
de crise aguda manteve um crescimento importante, ainda mais se comparado com
os demais setores econômicos nacionais.
Se o país retomar o crescimento, mesmo em níveis modestos, o setor tem
tudo para dobrar de tamanho nos próximos cinco anos. Para se atingir este
patamar não é necessário mais do que investir nos produtos atuais e fazer a
projeção lógica de seu desdobramento no tempo.
Atualmente, a frota segurada não chega perto da metade dos veículos em
circulação. Os seguros residenciais têm espaço para absorver pelo menos dezoito
milhões de imóveis seguráveis que hoje não são protegidos. A imensa maioria das
empresas não tem seguros ou tem garantias insuficientes. Os seguros de
transporte de carga e pessoas estão longe de seu potencial. Os seguros de vida estão
longe de cobrir a massa segurável da população brasileira. Os planos de saúde
privados têm espaço para crescer e os planos de previdência complementar,
depois da reforma da previdência, iniciam nova fase que tem tudo para turbiná-los.
Se incluirmos no rol os novos riscos decorrentes das mudanças na
economia, da inserção de novas tecnologias, das novas formas de se fazer
negócios, veremos que o potencial, então, é muito maior.
Os riscos cibernéticos e as reponsabilidades civis são suficientes para
alavancar bilhões de reais em novos prêmios. E se incluirmos na cesta os riscos
decorrentes das mudanças climáticas, a conta, mas uma vez, cresce
significativamente.
Ao longo das últimas décadas, o corretor de seguros foi o grande
responsável pela distribuição dos seguros no país. Pode-se dizer,
tranquilamente, que mais de oitenta por cento das apólices são colocadas
através dos corretores. Este desempenho não aconteceu por acaso, foi fruto da
constante profissionalização e aprimoramento destes profissionais.
Agora é hora de rever o que foi feito e desenhar o que precisa ser feito
para manter o setor aquecido e as projeções acima terem espaço para se
concretizarem. A grande questão que se coloca é: como fica o corretor de seguros
no novo cenário? E a resposta passa, evidentemente, pelo relacionamento com as
seguradoras.
O problema é que não há uma única resposta. E não há porque não há apenas
um corretor de seguros padrão que serve de modelo a todos os outros. Os
corretores podem ser divididos em individuais, pequenos, médios, grandes e
muito grandes.
Adotando apenas este critério, cada um tem sua realidade e elas não se
confundem, nem padronizam a atividade. Mas o quadro é mais complexo. Dentro de
cada grupo de corretores existem diferenças importantes, consequentes da forma
de trabalhar de cada profissional.
É por isso que participar da Vigésimo Primeiro Congresso Brasileiro dos
Corretores de Seguros faz todo o sentido. O grande tema que estará sempre
presente é justamente como se dará o relacionamento entre os corretores de
seguros e as seguradoras.
Com as novas formas de comunicação abrindo canais comerciais
inimagináveis poucos anos atrás, como fica o relacionamento dos diferentes
tipos de corretores com os diferentes tipos de seguradoras?
A resposta é crucial para todos. Não há dúvida de que muito do que é
feito atualmente estará completamente fora do mercado em breve. Quer queira,
quer não, a internet impactará as relações de consumo envolvendo seguros.
Isto exigirá novas escolhas e estas escolhas terão que ser feitas tanto
pelos corretores de seguros, como pelas seguradoras. Quem não entender as
regras do jogo será inexoravelmente excluído do mercado. Já os que ficarem,
estes terão o céu como limite.