Denise Bueno
Denise Bueno

Jornalista especializada na indústria de seguros brasileira e internacional

Ministra luta por verba para elevar subsídio do seguro rural

Valor Econômico destacou que não há garantia de que o governo alocará R$ 1 bilhão para o programa de subvenção dos prêmios do seguro rural 24 de Abril de 2019
A luta para elevar o subsídio ao seguro rural no Brasil para patamares mais compatíveis com países como os Estados Unidos e buscar mecanismos de barateamento dos produtos ofertados por seguradoras foram os principais temas do Seminário Internacional do Seguro Rural, realizado ontem, em Brasília, na sede da CNA, segundo destacaram Estadão e Valor. “Melhorar o programa de subvenção ao seguro rural será fundamental para dar mais segurança aos produtores rurais brasileiros”, enfatizou a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, no evento. A ministra reforçou a intenção de ampliar para R$ 1 bilhão os recursos para subvenção ao prêmio do seguro rural na próxima safra, mas isso ainda depende de verba. O Valor Econômico destacou que não há garantia de que o governo alocará R$ 1 bilhão para o programa de subvenção dos prêmios do seguro rural. “Haverá dinheiro para o seguro se conseguirmos remanejar recursos. Não temos conclusão ainda. Não sei se chega a esse valor [R$1 bilhão]”, afirmou Rogério Boueri, secretário de Política Agrícola e Meio Ambiente do Ministério da Economia. “O Ministério da Economia vê com bons olhos o pleito da ministra de aumentar o PSR, mas não adianta aumentar para o seguro e causar mais déficit no Orçamento”, acrescentou o jornal. A ministra Tereza Cristina enfatizou a necessidade de se melhorar o seguro rural no Brasil, mas ponderou que os avanços não se darão “do dia para a noite”. “Temos que caminhar para um seguro melhor, mas temos muito a andar e fazer. Nossa agricultura precisa de mais tranquilidade, mais segurança para produzir”, destacou. O superintendente técnico da CNA, Bruno Lucchi, reforçou a demanda por um orçamento maior e mais previsibilidade para as ações do governo em geral o para o seguro rural em particular. E voltou a cobrar o Executivo. “Precisamos de um empurrão do governo, mas também de produtos diferenciados para cada cultura e região”, acrescentou a reportagem do Valor. O Estadão destacou que o presidente da CNA, João Martins, defendeu que o seguro rural “é uma das principais ferramentas para estimular a transição para uma nova política agrícola do País”, conforme nota da CNA. Ele comentou também que desde a sua criação, em 2006, o Programa de Subvenção ao Prêmio de Seguro Rural (PSR) já pagou R$ 3,6 bilhões em indenizações. “Certamente o seguro rural evitou o endividamento e o abandono da atividade de muitos produtores. Essa é a importância de termos um mercado fortalecido. A atividade agropecuária segurada garante renda ao produtor, fomenta a atividade econômica dos municípios e promove o crescimento econômico para as sociedades locais”, reforçou. Baratear o seguro No mesmo evento, o presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio Lopes de Freitas, avaliou que uma política de seguro rural bem definida dará segurança ao produtor e será “a coluna vertebral para uma política de financiamento da agropecuária”. Já o presidente da Sociedade Nacional da Agricultura (SNA), Antônio Alvarenga, defendeu a busca por alternativas no mercado brasileiro que possam baratear o seguro.