Denise Bueno
Denise Bueno

Jornalista especializada na indústria de seguros brasileira e internacional

Setor indeniza US$ 76 bi por perdas com catástrofes em 2018

As perdas seguradas geradas por catástrofes naturais em 2017 e 2018 totalizaram US$ 219 bilhões, o montante mais alto na história em um período de dois anos 15 de Abril de 2019
A experiência das perdas geradas por catástrofes nos últimos dois anos é um alerta para o setor de seguros, que destaca a tendência da crescente devastação gerada pelos chamados riscos “secundários” (eventos independentes pequenos ou médios ou efeitos secundários oriundos de um risco primário). As perdas seguradas geradas por catástrofes naturais em 2018 atingiram US$ 76 bilhões, o quarto montante mais alto em um período de um ano, de acordo com o último relatório sigma do Swiss Re Institute, e mais de 60% das perdas foram provenientes de riscos secundários. As perdas seguradas geradas por catástrofes naturais em 2017 e 2018 totalizaram US$ 219 bilhões, o montante mais alto na história em um período de dois anos. Em 2017, quando os pedidos de seguro totais referentes a desastres naturais foram os mais altos da história em um período de um ano, mais da metade foi proveniente de riscos secundários. As perdas geradas por riscos secundários estão aumentando devido à urbanização, ao aumento da concentração de ativos em áreas expostas a condições meteorológicas extremas e a mudanças climáticas. 
 As perdas econômicas globais geradas por catástrofes naturais e desastres provocados pelo homem em 2018 totalizaram US$ 165 bilhões. Tragicamente, 13.500 pessoas perderam suas vidas ou desapareceram em eventos catastróficos no ano passado. O setor de seguros cobriu US$ 85 bilhões das perdas econômicas globais, o quarto maior pagamento na história do setor e acima da média dos US$ 71 bilhões dos 10 anos anteriores. Das perdas seguradas no ano passado, US$ 76 bilhões foram referentes a catástrofes naturais, sendo também o quarto maior valor segundo o registro. Há uma tendência de riscos secundários serem subestimados, pois seu impacto é mascarado pelas perdas geradas por eventos primários, como o caso dos furacões Harvey, Irma e Maria em 2017. No entanto, o potencial crescente de perda está tornando-se cada vez mais aparente. “As grandes perdas geradas por riscos secundários estão ocorrendo com mais frequência”, afirma Edouard Schmid, diretor executivo de subscrição do Swiss Re Group. “Há uma tendência à qual o setor de seguros deve responder, para que nós possamos subscrever as seguradoras que atuam no setor de seguros contra catástrofes de modo sustentável.” O maior evento gerador de perdas de 2018 foi Camp Fire, na Califórnia (US$ 12 bilhões). Outros eventos de risco secundário no ano passado incluíram uma tempestade de granizo em dezembro em Sydney e a enchente de efeito secundário nas Carolina do Norte e Carolina do Sul nos EUA subsequente ao furacão Florence em setembro.