Intermédica deve lançar plano de saúde para idosos no 3º trimestre
A NotreDame Intermédica deve lançar no terceiro trimestre de 2019 seu plano de saúde voltado à terceira idade, informa o Valor Online. O produto está em fase de teste na GreenLine, operadora adquirida no ano passado, com 18 mil usuários. A informação é do presidente da operadora de saúde, Irlau Machado, em teleconferência com analistas nesta quinta-feira, sobre os resultados do segundo trimestre.
A operadora de saúde divulgou
na véspera um lucro líquido de R$ 89,6 milhões, equivalente a uma alta de 75%
ante o segundo trimestre de 2018. O desempenho foi favorecido por uma melhora
operacional, com aumento do número de beneficiários e do tíquete médio. O
resultado, contudo, foi impactado pela adoção da norma contábil IFRS 16. Ao
excluir esse efeito, o lucro ajustado foi de R$ 132,8 milhões, 25,9% superior
em base anual.
No informe de resultados, a
empresa detalhou que a depreciação e amortização das empresas recém-adquiridas
e despesas de juros em linha de crédito contratada para a compra da GreenLine
impactaram o lucro. Entretanto, os rápidos resultados obtidos exatamente com a
aquisição da Greenline tiveram benefícios para a companhia. De abril a junho de
2019, a receita líquida atingiu R$ 2,03 bilhões, um aumento de 34,5% na
comparação com o mesmo período de 2018. Deste total, a receita de planos de
saúde subiu 36,3%, para R$ 1,81 bilhão, a de planos odontológicos avançou
13,8%, para R$ 58,5 milhões, e de serviços hospitalares teve alta de 25,1%,
para R$ 167,8 milhões.
O lucro antes de juros,
impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) somou R$ 244
milhões, alta de 79,2% em base anual. Ao retirar o efeito do IFRS 16, o Ebitda
ajustado foi de R$ 256,3 milhões, avanço de 41,4%. A despesa financeira líquida
teve um avanço de 226,3%, para R$ 36,6 milhões.
O avanço da receita da NotreDame
Intermédica foi resultado da alta de 25,9% do número médio de beneficiários,
para 4,786 milhões, sendo que em planos de saúde o avanço foi de 31%, e em
odontológico, de 19,5%. O tíquete médio mensal líquido também subiu, 4% no
negócio de saúde, para R$ 217,7, enquanto no dental caiu 5%, para R$ 9,7.
Na teleconferência desta
quinta-feira, Machado disse que o recente lançamento do seguro saúde da
SulAmérica, com rede fechada, não representa concorrência e que a qualidade da
sua rede credenciada é diferente.
Em São Paulo, a SulAmérica
fechou parceria com a Dr. Consulta para atendimento de atenção primária. Ainda
segundo Machado, a companhia vislumbra oportunidade de crescimento com as
operadoras adquiridas. Na BeloDental, operadora de plano odontológico com 50
mil vidas, há possibilidade de “cross selling” para venda de convênio médico,
apontou. Com as operadoras de saúde Medplan e GreenLine, a ideia é oferecer aos
usuários o plano dental da Intermédica.
A NotreDame Intermédica está
otimista em relação ao desempenho da companhia no ano, após um crescimento
orgânico de 89 mil usuários em junho. “Parece ser uma tendência para o ano”,
disse Machado na teleconferência. A operadora deve apurar uma margem de lucro
antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em
inglês) superior aos 15% previstos inicialmente.
O executivo não detalhou o
percentual exato, mas explicou que a margem deve realmente ficar acima da taxa
projetada porque iniciativas envolvendo, por exemplo, pronto socorro,
verticalização de atendimento com médicos especialistas e planos de saúde com
rede restrita vem gerando resultados mais rápido do que o esperado.
O executivo disse que a taxa de
sinistralidade da GreenLine deve cair até o começo do próximo ano. Neste
segundo trimestre, o indicador foi de 78,6% sendo que a sinistralidade da
companhia foi de 7,19% no mesmo período. A operadora também estima que as
despesas com ressarcimento ao SUS devem ficar na casa dos R$ 40 milhões por
ano. Essa despesa é cobrada quando um usuário de plano de saúde usa a rede
pública de saúde.
As ações ordinárias (ON) da
NotreDame Intermédica subiam 5,61%, a R$ 47,26, no início da tarde desta
quinta-feira, na maior cotação da sua recente história na bolsa. Analistas do
Itaú BBA e BTG Pactual consideraram o resultado do segundo trimestre positivo,
com crescimento operacional. Na oferta inicial de ações (IPO), em abril de
2018, o preço foi fixado em R$ 16,50. Na oferta secundária, em junho de 2019, o
preço foi de R$ 39,50. O volume financeiro hoje está em R$ 200,7 milhões, bem
acima do registrado em todo o pregão de ontem, de R$ 108,4 milhões.